O austríaco Felix Baumgartner, de 43 anos, tenta nesta terça-feira (09/10/2012) tornar-se o primeiro homem a quebrar a barreira do som sem a ajuda de um veículo motorizado, durante um salto de paraquedas a partir de uma cápsula localizada 36 mil metros acima do nível do mar, já na estratosfera. Baumgartner deve saltar do interior de uma cápsula levada a exatos 36.500 metros de altitude, por meio de um balão de hélio com o tamanho de um prédio de 55 andares. A previsão é de que o balão seja lançado a partir de uma base no estado americano do Novo México. A subida deve levar cerca de duas horas e meia, e o salto, previsto para as 12h de Brasília, deve durar dez minutos. Técnicos estimam que Baumgartner atingirá a velocidade de até 1.110 km/h cerca de 40 segundos após o início da queda livre, e abertura do paraquedas se dará a cerca de 1.500 metros do solo. O aventureiro já fez dois saltos de teste usando o mesmo equipamento, um a 21.800 metros e outro a 29.600 metros de altitude. Para ter uma ideia da altura, um avião transatlântico voa a 14 mil metros de altitude, e o pico do Monte Everest, no Himalaia, tem 8.848 metros de altitude. A queda livre a partir dessa camada da atmosfera é a mais alta, rápida e longa, e muitos já morreram ao tentar quebrar essa marca. Até o momento, Joe Kittinger, coronel aposentado da Força Aérea americana, detém a marca mais próxima, tendo saltado, em agosto de 1960, a partir de um balão de gás hélio a 31.300 metros de altitude, 5,2 quilômetros abaixo do ponto do qual o austríaco saltou. Com mais de 80 anos, Kittinger integra a equipe de Baumgartner e será a única voz que o aventureiro ouvirá durante a subida de duas horas e meia e na descida de dez minutos. Além do trabalho de engenharia de alta precisão usado na construção do balão e da cápsula, a equipe que preparou a missão criou uma roupa de astronauta especial para o lançamento, usando tecnologia ainda mais avançada que a empregada pelos astronautas da Nasa. Baumgartner é famoso por suas aventuras, mas a equipe do Red Bull Stratos, como é conhecido o projeto, ressalta os aspectos científicos da empreitada. De acordo com os pesquisadores, o salto pode representar um avanço em técnicas de evacuação de emergência, conhecimento útil para astronautas que precisarem abandonar veículos de alta performance, em grandes altitudes. A Nasa e seus fabricantes de materiais espaciais pediram para serem informados de todos os aspectos técnicos da missão. Há poucos exemplos de pilotos que se ejetaram em voos supersônicos quando seus aviões se estilhaçaram em pedaços no céu. Além disso, existem poucos detalhes sobre o que ocorre com o corpo humano quando atinge a velocidade supersônica e, conforme desacelera, volta a velocidades abaixo do som. O corpo do austríaco foi paramentado com uma série de medidores e instrumentos justamente para coletar esses dados inéditos. Vejam a animação:
Nenhum comentário:
Postar um comentário