quinta-feira, 26 de julho de 2012

Arquivos de Aula

Aqui estão os arquivos em powerpoint que uso nas minhas aulas. Todos os links estão disponíveis na coluna lateral direita do blog ou no link para  minha pasta no dropbox.  Bom estudo!


domingo, 22 de julho de 2012

Big Rip

Como tudo vai acabar? A descoberta de que a expansão do universo está em aceleração (o que garantiu o Nobel de Física de 2011 aos cientistas que descobriram) indica que existe uma energia escura que está impulsionando as galáxias para se afastarem cada vez mais umas das outras. E, ao analisarmos as propriedades dessa energia, vários cenários surgem para como o fim será. Físicos chineses lançaram neste domingo uma análise própria das possibilidades e afirmam que existe até data para isso acontecer: daqui a 16,7 bilhões de anos em um evento já teorizado e chamado de Big Rip (que em português geralmente recebe o nome de "Grande Ruptura"). A pesquisa, das universidades de Ciência e Tecnologia da China, do Noroeste e de Pequim e do Instituto de Física Teórica da Academia Chinesa de Ciências, foi divulgada neste domingo para explicar como e quando o universo pode acabar. Os cientistas focaram principalmente no pior cenário possível, que é o Big Rip. Os pesquisadores chineses criaram uma nova parametrização - que chamaram de Ma-Zhang - e a combinaram a um método (chamado de Monte Carlo via Cadeias de Markov) para chegar à conclusão de que, com o que sabemos da energia escura e no pior cenário possível, o universo ainda tem 16,7 bilhões de anos. Seguindo o cenário do Big Rip, a força de repulsão da energia escura irá aos poucos superar as demais forças, como a gravidade. As estrelas e planetas iriam perder a ligação e acabariam por se afastar. Conforme os chineses, as estrelas da Via Láctea iriam se separar cerca de 32,9 milhões de anos antes do Big Rip. Dois meses antes do fim, a Terra perderia sua ligação com o Sol. Faltando cinco dias, a Lua nos deixaria. Somente 28 minutos antes de tudo acabar, o Sol seria destruído. Nos últimos minutos, quando faltarem apenas 16 para a Grande Ruptura, a Terra vai explodir. Por fim, as próprias ligações entre átomos e partículas não vão mais suportar e assim terá acabado o universo. Ainda bem que falta muito tempo!


sexta-feira, 20 de julho de 2012

The Cell: an Image Library

No link a seguir há um banco de imagens de células disponibilizado pelo "The American Society for Cell Biology". As imagens são lindas!


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Truvada

O governo americano autorizou, pela primeira vez, que um medicamento seja usado para impedir a infecção de seres humanos pelo HIV, vírus causador da Aids. Trata-se do Truvada, uma única pílula que combina duas substâncias, hoje vendida como remédio para pessoas portadoras do HIV. Uma série de testes internacionais, envolvendo milhares de pessoas, tanto heterossexuais quanto homossexuais, mostrou que, além de controlar infecções já existentes, o Truvada tem um papel preventivo, diminuindo em 70%, em média, o risco de adquirir o vírus. Justamente por esse resultado animador, embora longe de ser perfeito, especialistas pedem cautela. É improvável que o Truvada substitua o uso da camisinha como principal medida de prevenção contra o avanço da Aids. Além disso, é preciso considerar, entre outras coisas, o custo do tratamento (em torno de R$ 20 mil por ano) e o risco de efeitos colaterais: como náusea, vômito e diarreia. Mais raramente, também podem ocorrer problemas nos rins e maior propensão a ter osteoporose. Em resumo, não se trata de um profilático de uso geral, mas de uma medida para ajudar quem já corre risco muito elevado de se infectar. Ambos os componentes do Truvada, o tenofovir e a emtricitabina, pertencem a uma das classes mais populares de substâncias anti-HIV. São os chamados inibidores de transcriptase reversa e, em outras palavras, bloqueiam a molécula que o vírus usa para "inscrever" seu próprio material genético no DNA das células humanas. Quando o vírus consegue fazer isso com sucesso, diz-se que ele se "integrou" ao genoma do hospedeiro. O processo transforma, em certo sentido, as células humanas em escravas produtoras de vírus. E torna praticamente impossível eliminar o parasita do organismo, por isso é tão importante impedir que a integração viral ocorra. Para Esper Kallás, infectologista da USP, embora nenhum remédio substitua o preservativo, ele será de grande contribuição pois permite um aumento do arsenal que temos à nossa disposição para o combate ao HIV/Aids, mas nada invalida o uso do preservativo e o diagnóstico.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Jon Lord: alquimista da música

Jon Lord, tecladista e fundador do grupo Deep Purple, morreu anteontem (16/07/2012) em Londres, aos 71 anos, depois de uma longa batalha contra um câncer no pâncreas. Mais que um grande músico, o britânico Lord foi um pioneiro na fusão do rock com a música clássica, vertente do rock que ele ajudou a popularizar. Lord aprendeu piano clássico e sonhava em ser um concertista. Era também grande fã de pianistas de jazz, mas acabou seduzido pela intensidade e pelo talento de Jerry Lee Lewis e apaixonou-se pelo rock. Nos anos 60, trabalhou como músico de estúdio e chegou a gravar músicas que se tornariam clássicas, como "You Really Got Me", do grupo The Kinks.


Em 1968, Lord fundou o Deep Purple, banda inglesa que logo se destacou pelo virtuosismo de seus instrumentistas, como o guitarrista Ritchie Blackmore e o baterista Ian Paice. A formação clássica da banda, a partir de 1969, incluiria ainda o vocalista Ian Gillan e o baixista e cantor Roger Glover. O Deep Purple fazia um hard rock com muitas influências de blues, e Lord começou a incorporar ao estilo da banda o som de seu teclado Hammond, que se tornaria uma das marcas do grupo. Diferentemente de muitos grupos de rock pesado da época, como Black Sabbath, que fazia músicas mais simples e diretas, os integrantes do Deep Purple gostavam de fazer longas "jams", o que os tornou também admirados por fãs de rock progressivo. Em 1969, Lord compôs o "Concerto para Grupo e Orquestra", que a banda executou e gravou com a Royal Philarmonic Orchestra. O disco é considerado pioneiro na fusão de rock com orquestras. Nos anos 1970, o Deep Purple fez fama com discos pesados, como "In Rock" (1970) e, especialmente, "Machine Head" (1972), um clássico que influenciou muitos grupos de heavy metal que surgiriam nos anos seguintes. Mesmo durante a fase mais heavy do grupo, os teclados de Jon Lord sobressaíam. Em "Smoke on the Water", música mais emblemática do Deep Purple (e inspirada por um incêndio que, em 1971, destruiu um cassino em Montreux, na Suíça, onde se realizava um show de Frank Zappa), Lord tocou seu órgão Hammond ligado em um amplificador Marshall, criando um som pesado e distorcido. A influência de Jon Lord no rock é imensa e atinge músicos de diversos estilos. Não é à toa que artistas tão díspares quanto Rick Wakeman, um dos pilares do rock progressivo, e Tom Morello, guitarrista do pesadíssimo Rage Against the Machine, tenham divulgado mensagens emocionadas de pesar. Abaixo dois exemplo dessa alquimia musical: Smoke on the Water e Child in Time. Genial!

Smoke on the Water

Child in Time

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A Beleza da Polinização

Polinização é vital para a vida na Terra, mas em grande parte invisível ao olho humano. Louie Schwartzberg cineasta nos mostra o mundo intrincado de pólen e polinização com lindas imagens de alta velocidade inspiradas no desaparecimento de um dos principais polinizadores da natureza: as abelhas. Este vídeo foi mostrado em uma conferência TED em 2011, com cenas de “Wings of Life”, um filme sobre a ameaça aos polinizadores essenciais que produzem mais de um terço dos alimentos que consumimos. Maravilhoso!

sábado, 7 de julho de 2012

Sheldon Cooper vs Stephen Hawking

Preparando o post anterior achei um vídeo engraçadíssimo em que dois renomados físicos discutem a proposta do bóson de Higgs e a formação dos buracos negros: Sheldon Cooper (Big Bang Theory) vs Stephen Hawking. Genial!

A voz de Stephen Hawking

Philip Low, neurocientista e executivo-chefe de uma empresa de San Diego (EUA), espera fazer com que o físico Stephen Hawking consiga, neste sábado (07/07/2012), se comunicar de uma maneira mais fácil e, a partir dessa experiência, quer revolucionar a forma com que pessoas com problemas parecidos tenham como externar seus desejos e pensamentos. Low usará em Hawking um equipamento portátil chamado iBrain, que lê as ondas cerebrais sem a necessidade de eletrodos ou cabos. O americano espera que o equipamento decodifique o pensamento do britânico e transforme a simples tarefa de pensar em letras ou palavras em fala sintetizada por um computador. O teste ocorrerá na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Hawking ficou conhecido no meio científico por seu pioneirismo no estudo dos buracos negros e do Big Bang e fez fama em todo o mundo por seus populares livros sobre ciência para leigos e por sua história de vida. O britânico sofre de uma doença (esclerose lateral amiotrófica) que lhe tirou os movimentos do corpo. Em 1985, ele perdeu a fala devido a uma traqueostomia. O especialista em computadores Walt Woltosz criou então a conhecida cadeira de Hawking, que faz com que ele consiga escolher letras em uma tela simplesmente piscando um olho (hoje, ele apenas movimenta parte do rosto) e um sintetizador fala pelo físico. O computador usado é trocado cerca de uma vez por ano por um mais recente e já conta com internet 3G. Curiosamente, durante anos Hawking não aceitou atualizar o sistema operacional, já que seu programa preferido de voz (Equalizer by Words-Plus) só funcionava em DOS. Foi a Intel que converteu o software para Windows para que o britânico pudesse usar. A cadeira ainda conta com poderosas baterias, similares às de carro, para que o professor de Cambridge mantenha suas viagens. Ela ainda tem programas que permitem a Hawking fazer ligações, controlar as portas, luzes e itens eletrônicos (TV e aparelho de som, por exemplo) do trabalho e de casa. Abaixo dois vídeos que mostram o funcionamento da cadeira de Hawking:

Grandes Questões sobre o Universo - Parte 1

Grandes Questões sobre o Universo - Parte 2

O iBrain faz parte de uma nova geração de equipamentos portáteis e algoritmos que monitoram a atividade cerebral e diagnosticam condições como apneia do sono, depressão e autismo. Criado por Low, o aparelho seria uma alternativa aos eletrodos e cabos usados em laboratórios e coletaria dados em tempo real enquanto o paciente faz coisas comuns do dia a dia - como ver TV ou dormir. A ideia é que Stephen possa usar a sua mente para criar um padrão consistente e repetível para o computador traduzir em  uma palavra ou letra ou um comando. Os cientistas viajaram para o escritório do britânico em Cambridge e colocaram o aparelho em Hawking. Eles então pediram para que o físico imaginasse que estava apertando uma bola com a mão direita. Ele não consegue movimentar sua mão, mas o córtex motor no seu cérebro ainda pode emitir o comando e gerar ondas elétricas. Um algoritmo conseguiu distinguir os pensamentos de Hawking das ondas cerebrais que não interessavam. A ideia tenta ajudar o famoso físico britânico a continuar se comunicando. Após cinco décadas de luta contra a doença, Hawking agora precisa de sensores cada vez mais precisos para captar seus cada vez mais diminutos movimentos faciais. Low espera assim ajudar uma das mentes que mais fascinam o mundo atual a não ficar presa ao próprio corpo, que deve perder em breve a capacidade de movimentar os poucos músculos da face que ainda comanda.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Corinthians foi Austin Stevens!

Como todos sabem, esse é um blog que trata basicamente de Ciências e Biologia. Peço  licença a todos, mas acontece que depois de ontem (04/07/2012), depois da conquista da Copa Libertadores da América pelo Corinthians, eu fiquei pensando em como poderia usar esse espaço para expressar meu sentimento de orgulho e felicidade por ser mais um corintiano campeão. Depois de refletir muito e pensar no que gostaria de escrever aqui, lembrei do Austin Stevens, uma pessoa que pode me ajudar a tratar do Corinthians na Libertadores. Vocês conhecem Austin Stevens? Ele é um sul-africano que dedica sua vida ao estudo dos répteis. Austin foi curador de répteis em vários parques pelo mundo, onde passou por intenso treinamento prático para se tornar um qualificado herpetólogo. Em um esforço para gerar fundos e o interesse público na situação dos gorilas africanos, Austin estabeleceu um novo recorde, passando de 107 dias e noites em uma gaiola com 36 das mais venenosas cobras da África. No dia 96, ele foi mordido por uma cobra, mas para espanto de muitas pessoas ele se recusou a sair da gaiola, foi tratado ali mesmo e completou os 107 dias que permitiram a sua entrada no Guinness Book. A partir desta experiência, Austin publicou um livro intitulado Cobras na Minha Cama. Na Namíbia, se envolveu em fotografia da vida selvagem e cinema e hoje em dia, a carreira de Austin em herpetologia inclui a apresentação de uma série de programas de televisão sobre répteis e outros animais selvagens. O principal programa é  Austin Stevens: Snakemaster (Austin Stevens: Most Dangerous) no Animal PlanetNo programa Austin se infiltra nos lugares mais selvagens do planeta em busca de um encontro com as cobras mais perigosas do planeta.

Austin Stevens

Qual a relação então entre Austin Stevens e o Corinthians? O Corinthians foi o próprio Austin Stevens nessa Libertadores: se preparando durante anos, se infiltrando em terreno desconhecido (nunca tinha chegado a uma final da competição) e encontrando nesse percurso "cobras" das mais perigosas. Nas quartas-de-final enfrentou uma das cobras mais venenosas da América do Sul: a Urutu Cruzeiro (Vasco da Gama). Com uma cruz (de malta) característica na cabeça a Bothrops alternus, conhecida vulgarmente como urutu, urutu-cruzeiro, cruzeiro ou cruzeira, é um réptil ofídio da família Viviparidae, a mesma da jararaca, cascavel e surucucu, que ocorre no centro-oeste e sul do Brasil, como também no Uruguai, Paraguai e Argentina. É classificada na série solenóglifa quanto ao tipo de dentição, por ter as presas inoculadoras varadas por canais para a condução do veneno produzido em glândulas. Ágil nos botes e muito venenosa, a urutu chama a atenção pelo padrão que lhe adorna a pele: manchas em forma de ferradura dispõem-se em sequência sob o fundo castanho-escuro do dorso, enquanto a parte inferior de seu corpo é esbranquiçada ou creme. A urutu Vasco da Gama deu trabalho para Austin. Ele passou quase 180 minutos sem conseguir dominá-la, quase foi picado por um bote do Diego Souza, mas estava protegido por uma espécie de polaina/perneira chamada Cássio.

Urutu Cruzeiro (Vasco da Gama)

Na semi-final Austin enfrentou a cobra mais venenosa do Brasil: a Coral Verdadeira (Santos)A Micrurus corallinus são serpentes de pequeno porte, facilmente reconhecidas por seu colorido vivo (cabelo do Neymar). As corais, além de serem muito visíveis devido às suas cores, não apresentam o comportamento de ataque como, por exemplo, das cascavéis. As presas das corais são pequenas e podem estar localizadas na porção anterior da mandíbula, portanto elas não picam, mas mordem a caça para inocular a peçonha. Possuem um veneno de baixo peso molecular que se espalha pelo organismo da vítima de forma muito rápida. A coral necessita ficar "grudada" para inocular o veneno pelas pequenas presas. A cobra-coral é tão peçonhenta quanto uma naja e seu veneno é neurotóxico, ou seja, atinge o sistema nervoso, causando dormência na área da picada, problemas respiratórios (sobretudo no diafragma) e caimento das pálpebras, podendo levar uma pessoa adulta a óbito em poucas horas. O tratamento é feito com o soro antielapídico intravenoso. Os acidentes ocorrem com pessoas que não tomam as devidas precauções ao transitar pelos locais que possuem essas serpentes. Ao se sentir acuada ou ser atacada, a cobra-coral rapidamente contra-ataca, por isso recomenda-se o uso de botas de borracha cano alto, calça comprida e luvas de couro, bem como evitar colocar a mão em buracos, fendas, etc. A pessoa acidentada deve ser levada imediatamente ao médico ou posto de saúde, procurando-se, se possível, capturar a cobra ainda viva. Deve-se evitar que a pessoa se locomova ou faça esforços, para que o veneno não se espalhe mais rápido no corpo. Deve-se também evitar técnicas como abrir a ferida para retirar o veneno, chupar o sangue, isolar a área atingida, fazer torniquetes, etc., sendo o soro a melhor opção. Pois bem, com todas essas informações Austin teve que enfrentar essa perigosa serpente. Inicialmente, num golpe de agilidade e habilidade (golaço do Sheik) ele conseguiu capturá-la dentro da sua própria toca, imobilizando-a, não deixando ela escapar e dar os seus perigosos botes. Tirou todo o veneno que era necessário, produziu os anticorpos do soro específico e a levou para casa. Em casa, Austin se descuidou e levou um bote que foi certeiro no primeiro tempo. Por sorte o soro estava pronto e em mãos. O sistema nervoso não chegou a ser prejudicado (sinal de maturidade) e com a injeção de anticorpos anti-Danilo tudo foi resolvido e Austin conseguiu escapar de mais essa!

Coral Verdadeira (Santos)

No grande desfecho, no final dessa aventura Austin enfrenta a cobra mais temida da América do Sul: a Sucuri (Boca Júniors). A sucuri ou anaconda é uma cobra da família Boidae e pertencente ao género Eunectes. Pode parecer meio lenta (falso-lenta) quando se alimenta, mas tem a fama de ser uma cobra enorme e perigosa. A sucuri pode viver até 30 anos (tem história), e é a segunda maior serpente do mundo (tem muitos títulos), perdendo apenas para a píton-reticulada (deve ser o Milan). A maior sucuri da qual se tem registro por fonte confiável, foi a encontrada no início do século XX, pelo marechal Cândido Rondon, que media 11 metros e 60 centímetros. Quanto aos ataques, existem alguns registros de vítimas fatais humanas, por exemplo, o famoso caso de um índio de 12 anos que foi devorado na década de 1980 por uma sucuri de grande porte, bem como alguns adultos nativos que estavam embriagados a beira do rio, e foram sufocados ou afogados antes de serem devorados. Estes casos foram fotografados e hoje as imagens são vendidas como suvenir na rodoviária de Ji-Paraná. A grande diferença da sucuri em relação as outras cobras que citei acima é que a sucuri não é peçonhenta, ou seja, ela não mata com botes rápidos usando veneno. Para caçar, ela espera nas margens dos rios e quando a caça se aproxima para beber água, ela ataca no pescoço. Depois abraça a presa e aperta, matando por constrição ou afogada dentro do rio. Austin teve que encarar esse perigo. Essa cobra já tinha matado outros times brasileiros em anos anteriores. Não se acovardou, pulou dentro da água e lutou contra essa cobra no seu habitat preferido (La Bombonera). Brigou, foi para debaixo d'água, sofreu, apanhou. Dentro da água ela foi mais apta e agrediu (em alguns momentos deslealmente). Mas Austin, quase perdendo as forças, teve a coragem de tentar um último golpe, pegou a cobra pelo braço e a jogou em terreno seco (mais um gol memorável: Romarinho). Em terreno seco (Pacaembu), Austin é melhor adaptado e conseguiu controlar a perigosa e agressiva sucuri. Com inteligência e organização conseguiu aplicar um Sheik-Mate final nessa serpente de Boca grande.

Austin Stevens x Sucuri (Corinthians x Boca)

Corinthians foi Austin Stevens na Libertadores! Se preparou, se embrenhou em ambientes selvagens, foi inteligente, ficou 100 dias (14 partidas) no meio de serpentes, lutou contra grandes predadores usando as suas armas e conquistou um título invicto e inédito! Foi uma grande aventura. Agora sim, nós temos Libertadores. Parabéns a todos os corintianos!


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Onde está a Partícula de Deus?

Cientistas anunciaram nesta quarta-feira (04/07/2012) a observação de uma partícula subatômica inédita até então. Eles veem fortes indícios de que se trate do Bóson de Higgs, a Partícula de Deus, única partícula prevista pela teoria vigente da física que ainda não tinha sido detectada em laboratórios, e que vinha sendo perseguida ao longo das últimas décadas. A nova partícula tem características “consistentes” com o bóson de Higgs, mas os físicos ainda não afirmam com certeza que se trate da partícula de Deus. Para isso, eles vão coletar novos dados para observar se a partícula se comporta com as características esperadas do bóson de Higgs. O bóson de Higgs ganhou o apelido de “partícula de Deus” em 1993, depois que o físico Leon Lederman, ganhador do Nobel de 1988, publicou o livro “The God Particle” (literalmente “a partícula de Deus”, em inglês), voltado a explicar toda a teoria em volta do bóson de Higgs para o público leigo. Ainda não há edição desse livro em português. O anúncio foi feito em Genebra, na Suíça, sede do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês). As conclusões foram baseadas em dados obtidos no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), acelerador de partículas construído pelo Cern debaixo da terra na fronteira entre a França e a Suíça, considerado a máquina mais poderosa do mundo. A descoberta foi confirmada por especialistas do CMS e do Atlas, dois grupos de pesquisa independentes que fazem uso do LHC. Apesar de usarem o mesmo acelerador de partículas, as duas colaborações científicas trabalham com detectores diferentes e seus resultados são paralelos. Os cientistas medem a massa das partículas como se fosse energia. Isso porque toda massa tem uma equivalência em energia. Se você calcula uma, tem o valor das duas. A unidade de medida usada é o gigaelétron-volt, ou "GeV". No anúncio, o CMS disse que observou um “novo bóson com a massa de 125,3 GeV” – com margem de erro de 0,6 GeV para mais ou para menos – “em 4,9 sigmas de significância”. Esses “sigmas” medem a probabilidade dos resultados obtidos. O valor de 4,9 sigmas representa uma chance menor que um em 1 milhão de que os resultados sejam mera coincidência. Por isso, os cientistas consideram esse número como uma confirmação da descoberta. Paralelamente, o grupo Atlas afirmou que “exclui a não-existência de uma partícula com a massa de 126,5 GeV, com a probabilidade de 5 sigmas”. Apesar do grande impacto na física teórica, a descoberta ainda não representa um avanço direcionado a nenhum campo específico da tecnologia. Em 2011, pesquisadores dos dois grupos de pesquisa do Cern já haviam “encurralado” o bóson de Higgs, quando identificaram a faixa em que encontrariam a partícula – a massa estaria entre 115 GeV e 130 GeV. Na última segunda, pesquisadores norte-americanos também tinham encontrado forte evidência da existência da partícula, em experiências com um acelerador próprio, o Tevatron.



segunda-feira, 2 de julho de 2012

Telepatia Magnética

Demora e dá um bocado de trabalho, mas aparelhos de ressonância magnética já podem ser empregados para "conversar" usando apenas a força do pensamento. A tecnologia, descrita por pesquisadores da Holanda e da Alemanha em artigo na revista científica "Current Biology", usa padrões cerebrais específicos para codificar cada uma das letras do alfabeto e mais uma "tecla de espaço" mental. Dessa forma, usando apenas sua atividade cerebral, voluntários saudáveis na faixa dos 30 anos conseguiram formar palavras e responder perguntas dos cientistas. Trata-se de uma forma extremamente incômoda e lenta de "telepatia". Mas a técnica tem chance de virar uma importante ferramenta para que pessoas totalmente incapazes de se mexer voltem a se comunicar com o mundo. Esse problema, conhecido como "síndrome de locked-in" (do inglês "trancado dentro de si mesmo"), é um dos mais aterrorizantes problemas neurológicos. Por conta de um derrame que afeta as funções motoras, por exemplo, a pessoa tem sua consciência e inteligência preservadas, mas simplesmente não consegue se mexer. Algumas dessas pessoas têm movimentos residuais, como o dos olhos, que podem ser usados na comunicação, mas em alguns casos nem isso é possível. No caso de pacientes em situação ainda mais grave, em estado aparentemente vegetativo, o método poderia até ajudar a determinar se, afinal de contas, eles possuem algum grau de consciência. O sistema criado pela equipe de Bettina Sorger, da Universidade de Maastricht, não é simplesmente uma leitura da letra A quando a pessoa "pensa num A", digamos. Como não existem medições confiáveis sobre como as letras seriam representadas na atividade cerebral vista pela ressonância magnética, os cientistas precisaram criar um código, baseado em "tarefas" mentais, que correspondiam a certos grupos de letras. Havia três tipos de tarefas: imaginar um movimento, fazer um cálculo mental ou "falar" consigo mesmo. A pessoa, além disso, tinha de escolher entre três durações dessa "ação" mental (10, 20 ou 30 segundos) e três tempos de atraso para colocá-la em prática (nenhum atraso, 10 ou 20 segundos). A combinação de todos esses tipos de variante -- três vezes três vezes três, perfazendo 27 -- chega a um conjunto de 26 letras mais a "tecla de espaço", permitindo a formação de qualquer palavra. Em laboratório, os voluntários conseguiram responder a perguntas simples dos pesquisadores, como "Onde você passou as suas férias?" ou "Qual é o seu hobby?". Por enquanto, o processo é de uma lentidão excruciante: em torno de 50 segundos por letra, com taxa de acerto de 82%. Métodos usando eletroencefalograma conseguem resultados com mais rapidez, mas exigem certo grau de treinamento, e os pacientes às vezes não pegam o jeito da coisa. Embora trabalhoso, o método da ressonância é menos difícil e tem potencial para ficar mais rápido. Por enquanto, não há perigo algum de que a tecnologia seja empregada para bisbilhotar os pensamentos de outra pessoa sem permissão, escrevem os autores. "É importante salientar que apenas a ativação cerebral gerada intencionalmente foi empregada para decodificar as letras." Ah, bom!