Essa semana é especial para quem gosta de astronomia. Teremos um evento que, de tão raro, só ocorre novamente em 2117. O trânsito de Vênus ocorre quando o planeta passa em frente ao Sol e poderá ser visto no extremo noroeste do Brasil (Acre, Roraima e oeste da Amazônia) e outros países, em especial no Leste Asiático e Oceania. Esse evento tem uma frequência que é meio estranha. A última vez que aconteceu foi oito anos atrás, em 2004, e a próxima será em 2117. O ciclo todo demora 243 anos. Acontece uma vez, acontece oito anos depois, daí se passam 121 anos e meio, aí acontece mais dois com oito anos de diferença e depois mais uma pausa de 105 anos e meio. Se você está em um dos Estados que vão observar ou vai estar fora do Brasil, lembre que para ver o fenômeno é necessário proteger os olhos. Nunca se deve olhar para o Sol diretamente. Para se observar, deve-se tomar os mesmos cuidados para fazer uma observação solar - por exemplo, de um eclipse. Então, ou você usa um filtro solar astronômico, que é uma película de um polímero especial - geralmente só quem é astrônomo é que tem acesso a esse tipo de material -, ou então você observa através de um método chamado método da projeção. Você pega um telescópio, aponta para o Sol, mas você não vai olhar pelo telescópio, mas para a imagem projetada por ele em uma tela. Podemos ver apenas os trânsitos de Vênus e de Mercúrio. O motivo é muito simples: só vemos passar na frente do Sol corpos que estão entre nós e a nossa estrela. O trânsito do primeiro planeta do Sistema Solar é bem mais frequente, tivemos um em 2006 e depois teremos em 2016, 2019 e 2032. O trânsito de Vênus já foi usado para medir a distância média da Terra ao Sol - a famosa unidade astronômica (UA), uma das unidades de distância usadas pelos cientistas. Além disso, o tamanho desse planeta já foi calculado com um desses eventos e até foi descoberto que ele tem atmosfera. Contudo, hoje temos métodos mais precisos para descobrir esses dados. Os trânsitos de planetas fora do Sistema Solar hoje são utilizados exatamente para descobrí-los. A passagem desses corpos em frente às suas estrelas causa mudanças no brilho, o que permite aos astrônomos registrá-los. A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) vai observar o evento de terça-feira para tentar melhorar ainda mais essa técnica.
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